Em entrevista, o prefeito Silvio Mendes apresentou um balanço da situação financeira de Teresina e das ações adotadas para enfrentar os principais desafios da gestão. Ele destacou que a capital já alcançou o chamado equilíbrio fiscal corrente. Segundo Mendes, “a receita que a gente tem todo mês está para aquelas contas. Não tem dívida”.

O prefeito lembrou que a cidade enfrenta um déficit habitacional de 40 mil casas e dificuldades históricas no abastecimento de medicamentos. Sobre o tema, afirmou: “Nós mandamos comprar 50 milhões de medicamentos. É suficiente ou não? Vai faltar ainda. Mas é bem menos do que sempre faltou nos últimos tempos”. Ele também ressaltou que o processo de aquisição é lento.

“Você demora um processo burocrático, insano, entre quatro meses e seis meses para conseguir comprar um remédio”, criticou.

Na educação, Mendes destacou a meta de recuperar os índices de alfabetização. “Nós deixamos 96% de crianças alfabetizadas no primeiro ano. Caiu para 54. E esse é um desafio imenso, porque é garantia de que o futuro fica melhor”, disse.

Na área de infraestrutura, ele citou a continuidade de obras como as galerias do São Pedro, do Torquato Neto e do Vale do Gavião, além da Ponte da Universidade. Também comentou as dificuldades na limpeza urbana.

“Nós estamos com 19 ações, de janeiro para cá, impedindo que a gente limpe a cidade. É uma empresa ruim, a pior de todas. Nunca tivemos uma empresa tão ruim. Mas ela é muito poderosa. Mas Teresina é muito mais do que ela”, disse.

Sobre o transporte público, Mendes afirmou que “o sistema já transportou mais de 60% dos usuários, hoje transporta 11%, com 20% de gratuidade. E aí é preciso que ele recupere o perfil, porque muita gente resolveu o seu problema de transporte com a moto, com o Uber, com várias alternativas". A prefeitura estuda viabilizar projetos com o BNDES e o governo federal para integrar ônibus tradicionais e elétricos, mas, segundo o prefeito, “o ônibus elétrico custa três vezes mais do que um ônibus genérico”.

Dívida bilionária

O prefeito também comentou sobre a dívida municipal, estimada em mais de R$ 3 bilhões. Segundo ele, “nós estamos apurando para saber aquela que é correta, que não é corrupção, não foi gerada nem tocada a propina, para poder pagar quem realmente prestou serviço”.

Ao falar sobre a remuneração e os custos da gestão, o gestor afirmou: “Eu recebo 19 mil por mês para cuidar de um orçamento de R$ 6 bilhões e 400 milhões, de quase 30 mil pessoas e de uma dívida de mais de R$ 3 bilhões. Eu tirei o carro do prefeito, do vice, dos secretários. O carro que me levava custava R$ 12 mil reais, mais da metade do que o prefeito ganha”.

Ele disse ainda que, semanalmente, realiza reuniões com todas as superintendências para acompanhar a execução das ações e reforçou: “Nós alcançamos já o equilíbrio fiscal corrente”.

Fonte:Cidadeverde.com