Uma nova leva de documentos, revelada pelo jornalista americano Michael Shellenberger, apontam que o Supremo Tribunal Federal (STF), através do ministro Alexandre de Moraes, teria usado postagens de redes sociais de forma ilegal para prender manifestantes e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após os atos de 8 de janeiro de 2023. Os arquivos, chamados de “Arquivos do 8 de Janeiro”, indicam a criação de uma força-tarefa de inteligência secreta, com o objetivo de identificar e manter detidos os envolvidos, inclusive aqueles que não teriam cometido atos violentos.
Entre as revelações, os documentos apontam a existência de um grupo secreto no WhatsApp responsável por coordenar a produção de “certidões de inteligência” para incriminar suspeitos, além da detenção prolongada de manifestantes enquanto suas redes sociais eram vasculhadas por evidências de discurso político. Postagens e opiniões online teriam sido usadas como prova criminal em substituição a ações concretas, e advogados de defesa teriam tido acesso negado aos materiais probatórios. Outro ponto polêmico é o uso de um banco de dados biométrico supostamente sem respaldo legal para identificar e localizar suspeitos.
A investigação, conduzida pelos jornalistas David Ágape e Eli Vieira Jr., com edição de Alex Gutentag, acusa diretamente o ministro Alexandre de Moraes de extrapolar seus poderes. “Moraes, servindo aos interesses de Lula, contornou a lei para efetivamente criminalizar o discurso político. Sua repressão judicial excessiva contra os manifestantes ajudou a legitimar a narrativa de que o 8 de janeiro foi uma ‘tentativa de golpe’ coordenada – uma narrativa central para o processo em andamento do tribunal contra Bolsonaro”, afirma o relatório.
Fonte:HoraBrasília